MARIA E A FÉ
Neste ano da Fé não podemos deixar de falar
na figura daquela que nos «precede na peregrinação da Fé» (Lumen Gentium, 58),
Maria. Dia após dia, cumpria-se na vida de Maria a saudação e bênção de Isabel:
«Bendita aquela que acreditou» (Lc 1, 45). A Igreja vê nela o exemplo mais
perfeito da nossa fé. A Virgem Maria vai adiante de nós, precede-nos «na
peregrinação da Fé», como se antecipasse os nossos passos e a nossa caminhada.
Ela está continuamente junto de nós.
À luz do Vaticano II, a Mãe de Deus é-nos
apresentada como aquela que ocupa na Igreja o lugar mais elevado, mas, ao mesmo
tempo, o mais próximo de nós. Maria é o nosso caminho no contexto da nossa vida
centrada em Cristo. No caminho da Fé a percorrer, Maria é o nosso caminho, no sentido
que nos precede e nos mostra o itinerário.
Vejamos alguns passos que nos demonstram
como Deus moldou a Fé de Maria. A primeira prova é após o seu fiat, dá-se conta de que José de nada
sabia. Foi a primeira tragédia daquelas duas pessoas que não sabiam o que
fazer. Outra foi o nascimento do Menino em total ausência de segurança humana.
Pouco depois há o abalo da perseguição de Herodes. Esta prova de fé muito dura
que terá feito perguntar por que razão se cala Deus e não defende o seu Filho.
Maria passou por outra prova de fé quando perde Jesus aos doze anos e Jesus
nada quer explicar-lhe sobre o sucedido. Todo este processo culmina aos pés da
cruz, o qual dispensa todo o comentário. No meio de todas essas provações Maria
permanece inabalável na sua Fé.
De tudo isto podemos constatar que a
atitude de Maria face às provas da Fé são para nós um espinho na consciência.
Na sua vida todas as provas de Fé contribuíram para um abandono a Deus mais
profundo. O ideal de Deus realizou-se na sua vida em toda a plenitude, de tal
forma que Maria se tornou a obra-prima de Deus. Nós ao contrário estabelecemos
constantemente um divórcio entre a Fé e a vida, entre o que dizemos e o que
fazemos. Na sequência das provas de Fé, retrocedemos ou afastamo-nos mesmo.
Cristo chama-nos a empreender-mos o caminho de Maria para nos revelar a
imensidade do amor que tem por nós.
Neste ano da Fé, a Virgem Maria,
apresentada como modelo da alma entregue a Deus sem reservas, exorta a todos
nós a realizar-mos o ideal da radicalidade da Fé.
Nuno Fidalgo
Fotos: Google imagens
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