INGLATERRA E FRANÇA DISCRIMINAM OS CRISTÃOS NO ACOLHIMENTO AOS REFUGIADOS
O
alarme do Arcebispo da Cantuária: “Apenas os refugiados dos acampamentos da
ONU? Mas ali os islamitas expulsam os cristãos”. Na França, por sua vez, há
“exigências específicas”.
Gercione
Lima – Inglaterra e França se comprometeram a acolher, respectivamente, 20 mil
e 24 mil imigrantes, mas as regras estabelecidas por ambos os governos
discriminam os cristãos, que é o grupo de pessoas que mais necessita de
acolhimento.
“CRISTÃOS
SÃO DEIXADOS POR ÚLTIMO”. O alarme foi soado na Inglaterra pelo ex-arcebispo da
Cantuária, Lord Carey, que escreveu no Telegraph: “Quem entre nós pede há meses
compaixão pelas vítimas da Síria, vive uma grande frustração, porque a
comunidade cristã, mais uma vez, é abandonada e deixada por último”. O
primeiro-ministro David Cameron, de fato, anunciou que acolherá somente aqueles
que já se encontram em um acampamento de refugiados das Nações Unidas.
DISCRIMINAÇÃO.
“Mas, assim – continua o antigo primaz anglicano -, Cameron inadvertidamente
discrimina as comunidades cristãs, que são as mais afetadas por esses
carniceiros desumanos que se autodenominam Estado islâmico. Você não vai
encontrar nenhum cristão em campos da ONU, porque eles são atacados e feitos
alvos dos muçulmanos que os expulsam desses campos. Por isso, eles procuram
refúgio em casas particulares e nas igrejas”.
Ao invés de discriminar os cristãos, “a Inglaterra deveria considerá-los
uma prioridade, porque eles são o grupo mais vulnerável. Além disso, nós somos
uma nação de origem cristã e os cristãos sírios não teriam problemas para se
adaptar. Alguns não vão gostar do que eu vou dizer, mas nos últimos anos a
imigração muçulmana em massa para a Europa tem sido excessiva e levou ao
surgimento de guetos onde eles vivem à
margem da sociedade”.
APELO
DOS ANGLICANOS: Após a publicação deste artigo, o atual arcebispo da Cantuária,
Justin Welby, falou pessoalmente do problema durante uma reunião privada com o
primeiro-ministro britânico. Ele repetiu as palavras pronunciadas segunda-feira
diante da Câmara dos Lordes: “Nos campos de refugiados da ONU, a radicalização
e a intimidação são generalizadas. Assim, a população cristã foi forçada a fugir
desses campos. Qual é a política do governo para alcançar os refugiados que não
estão nos campos?”.
EXIGÊNCIAS
PRECISAS. O problema da discriminação contra os cristãos no acolhimento de
refugiados não acontece apenas na Grã-Bretanha, mas também na França. O
especialista em Síria da Universidade de Tours, Frederic Pichon, declarou em 11
de setembro na Rádio Courtoisie: “Esta tarde, eu falei com um alto funcionário
da República que trabalha no acolhimento de refugiados e ele me disse que eu
poderia divulgar essa informação. Então, eu aproveito esta oportunidade para
fazê-lo: há exigências específicas da parte do governo para ignorar o problema
dos cristãos no Oriente”.
INÚTIL
PEDIR VISTO. Em primeiro lugar, de acordo com as informações de Pichon, o
motivo pelo qual “os cristãos iraquianos e sírios esperam até oito meses por um
visto na sede da Embaixada da França no Líbano” é porque “o dossier sobre cada
um deles é examinado por uma empresa privada de propriedade de um muçulmano
sunita”. Ele continua: “É um alto funcionário, um prefeito que me revelou que
ele mesmo aconselhou os cristãos a não buscar os vistos, mas tentar atravessar
através da Turquia”, e depois buscar as vias ilegais percorridas por todos os
outros imigrantes ilegais, “se eles quiserem arriscar a ter uma chance”.
CONTRA
O REGIME. Mas o que seriam essas “exigências precisas” por parte do governo?
“Segundo o que me revelou o funcionário do governo francês, o conceito é o
seguinte: ‘Sírios podem ser acolhidos, mas sob a condição de que eles não sejam
favoráveis ao regime [Assad]'”. Subentendido: se você é alauíta ou cristão,
você é considerado pró-regime, e assim o seu visto “nunca chegará”.
TRADUTORES
ÁRABES. Este não é o único problema. Falando no mesmo programa de rádio, Marc
Fromager, chefe da “Aide à l’Eglise en détresse” (Ajuda à Igreja que Sofre)
revelou: “Não é de hoje que eu recebo denúncias desse tipo aqui na França”. Por
exemplo, os cristãos egípcios que fogem do seu país, porque são ameaçados. O
caso deles está sendo tratado com a ajuda de tradutores de árabe que são quase
todos muçulmanos de origem norte-Africana. Estranhamente, quase nunca acontece
destes cristãos serem reconhecidos como tendo direito a asilo político e assim
são rejeitados. Ao invés disso, os muçulmanos são bem-vindos com muita
facilidade. Seria necessário tradutores neutros sob o plano religioso e que
façam seu trabalho com isenção, porque era evidente que os cristãos egípcios se
encontravam em perigo físico”.
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