PAPA REFORÇA CONDENAÇÃO DE ATOS «INTOLERÁVEIS» E DIZ QUE É «BLASFÉMIA» JUSTIFICAR TERRORISMO COM A RELIGIÃO
Francisco
manifestou solidariedade ao povo francês após atentados da última sexta-feira
O
Papa condenou hoje publicamente no Vaticano os atentados terroristas que
provocaram pelo menos 129 mortos e centenas de feridos em Paris, esta
sexta-feira, atos “intoleráveis”, e pediu o fim da violência.
“Diante
de tais atos intoleráveis, não é possível deixar de condenar a afronta
inqualificável à dignidade da pessoa humana. Quero reafirmar com determinação
que o caminho da violência e do ódio não resolve os problemas da humanidade”,
disse, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
Segundo
o Papa, “utilizar o nome de Deus para justificar este caminho é uma blasfémia”.
Após
a recitação da oração do ângelus, Francisco manifestou “profunda dor” pelos
ataques que provocaram “numerosas vítimas” na capital de França, enviando as
suas “mais profundas condolências” ao presidente do país e a todos os seus
cidadãos da “querida nação francesa, primeira filha da Igreja”.
“Estou
particularmente próximo dos familiares de quantos perderam a vida e dos
feridos”, acrescentou.
O
Papa realçou que “tanta barbárie” deixou as pessoas “consternadas” e levou-as a
questionar-se “como é que o coração humano pode projetar e realizar
acontecimentos tão horríveis, que perturbaram não só a França mas também o
mundo inteiro”.
“Convido-os
a unirem-se à minha oração: confiemos à misericórdia de Deus as vítimas
inocentes desta tragédia. Que a Virgem Maria, mãe de misericórdia, suscite nos
corações de todos pensamentos de sabedoria e propósitos de paz”, referiu, antes
de um momento de silêncio na Praça de São Pedro.
Na
catequese de hoje, Francisco alertou contra os “falsos profetas” que falam do
fim do mundo e contra o “fatalismo”, pedindo que os cristãos evitem a
“curiosidade com as datas, as previsões, os horóscopos”.
“Nos
nossos dias, não faltam calamidades naturais e morais, muito menos adversidades
e dificuldades de todo o tipo: tudo passa, recorda-nos o Senhor”, sublinhou.
O
Papa evocou ainda a beatificação, este sábado, do padre brasileiro de origem
africana Francisco de Paula Victor (1827-1905), filho de uma escrava, conhecido
pela sua ação junto dos mais desfavorecidos.
CR/Ecclesia
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