MANUAL PRÁTICO AJUDA A ENTRAR NO ESPÍRITO DO JUBILEU
Ano
Santo da Misericórdia começa com abertura da Porta Santa esta terça-feira
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O
padre Manuel Morujão, da Companhia de Jesus (Jesuítas), deu “voz à misericórdia
divina e humana” através do livro ‘Celebrar e praticar a misericórdia’ que
oferece subsídios para “viver” o Ano Jubilar que começa esta terça-feira.
“Era
uma urgência que se desse voz à misericórdia divina para a recebermos e à
misericórdia humana que é tão importante nas relações pessoais, familiares,
sociais”, explica o autor da obra sobre o sentimento que sentiu quando ouviu o
Papa a anunciar este jubileu extraordinário.
À
Agência ECCLESIA, o reitor da Comunidade dos Jesuítas de Braga frisou essa
urgência dando como exemplo o “terrorismo internacional, a violência doméstica,
o subir de tom nos diálogos sociais e políticos”.
Nesse
sentido, este “manual prático” pode “ajudar” os leitores a entrar no espírito
do Ano Santo, apontou.
A
publicação ‘Celebrar e praticar a misericórdia’, divide-se em quatro capítulos,
onde o sacerdote apresenta os textos introdutórios (documentos oficiais) do Ano
Santo da Misericórdia e temas relacionados com a “Misericórdia Divina e Humana”
e “celebrar a misericórdia divina”, com duas propostas de celebração
comunitária.
Para
o autor, a Bula “Misericordia vultus” (‘O Rosto da Misericórdia’) com a qual o
Papa Francisco convocou o Ano Santo (8 de dezembro 2015 – 20 de novembro de
2016) é “uma ternura musculada” e surge como o “texto fundamental” deste livro.
“Às
vezes pensamos que é um sentimento romântico mais ou menos vazio e a
misericórdia puxa muito por nós, primeiro com a humildade para nos abrir à misericórdia
que Deus nos quer oferecer e depois para darmos essa misericórdia aos outros,
sem impostos, sem um coração fechado”, desenvolve.
Segundo
o antigo secretário da Conferência Episcopal Portuguesa, a misericórdia é
“tantas vezes esquecida” e as pessoas ficam “mais na justiça”,.
O
padre Manuel Morujão recorda um alerta do Papa Francisco que sublinhou que sem
misericórdia “não há justiça porque passa-se para uma justiça férrea, injusta”.
Quem
“não está reconciliado”, não pode comunicar paz, fraternidade, reconciliação” e
a misericórdia de “primeiríssima e magnífica qualidade” é dada por Deus, realça
o sacerdote.
O
responsável jesuíta assinala ainda que “os nossos males, faltas, pecados não
põem uma barreira intransponível a Deus, Ele está aberto a perdoar-nos tudo e
sempre se abrirmos o coração”.
Neste
contexto, o padre Manuel Morujão faz eco das palavras do Papa Francisco quando
diz, na bula do jubileu, que o Ano Santo é “para todos”, “inclusivamente
dirige-se aos que vivem em alguma associação criminosa ou vivem no mundo da
corrupção”.
“É
belíssimo ver esta abertura da Igreja”, acrescenta o sacerdote da Companhia de
Jesus.
“Acho
que a sociedade, o mundo da política e do desporto, os ambientes familiares, a
comunidades paroquiais, os movimentos terão imenso a ganhar, com o assumir
atitudes mais misericordiosas”, considera o padre Manuel Morujão, recordando
que a misericórdia “não é um sentimento vago filantrópico” que se procura
comunicar aos outros mas assente em 14 Obras de Misericórdia – 7 espirituais e
7 corporais.
O
jesuíta relembra que no Ano Jubilar as pessoas podem ganhar indulgências
através de um conjunto de elementos: “Uma peregrinação; confessar-se, comungar;
passar na Porta Santa – numa Igreja jubilar, todas as sés catedrais, santuários
e igrejas que o bispo nomeia”.
O
Jubileu da Misericórdia começa com a abertura da Porta Santa, pelo Papa
Francisco, esta terça-feira, no Vaticano, e está em destaque numa secção
especial da Agência ECCLESIA.
CR/Ecclesia
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