EXORTAÇÃO APOSTÓLICA DO PAPA SOBRE A FAMÍLIA VAI SER PUBLICADA ATÉ MARÇO
Informação
foi avançada no Algarve por D. Vicenzo Paglia, responsável por este setor na
Santa Sé
A exortação apostólica do Papa
Francisco sobre o Sínodo dos Bispos dedicado à Família vai ser publicada até ao
próximo mês de março.
A informação foi avançada à Agência
ECCLESIA pelo presidente do Conselho Pontifício para a Família, D. Vicenzo
Paglia, durante as jornadas de atualização do clero da Província Eclesiástica
do Sul, que estão a decorrer até esta quinta-feira em Albufeira, no Algarve.
O arcebispo italiano mostrou-se
convencido de que o documento do Papa mostrará uma Igreja Católica “em saída” e
próxima das famílias em todos os momentos da vida.
“Estou convencido que a exortação
será um hino ao amor, a um amor que quer zelar pelo bem das crianças, que sabe
estar perto das famílias feridas para lhes levar força, que quer estar junto
dos mais idosos, a um amor que toda a humanidade precisa”, salientou.
Subordinadas ao tema “Família:
Centralidade, Renovação e Continuidade”, as jornadas de atualização do clero da
Província Eclesiástica do Sul têm este ano como pano de fundo o último Sínodo
dos Bispos dedicado à Família.
A iniciativa conta com cerca de uma
centena de sacerdotes inscritos, e respetivos bispos, vindos das dioceses do
Algarve, Beja, Évora e, pela primeira vez, da diocese de Setúbal.
Na sua reflexão, D. Vicenzo Paglia
destacou a importância das comunidades católicas serem mais interventivas junto
dos problemas e dos desafios das famílias, sobretudo daquelas que estão a
começar a sua caminhada, os jovens casais.
“Hoje infelizmente, vemos uma grande
brecha entre a família e a paróquia: as famílias são muito pouco eclesiais, já
que se voltam facilmente, para si mesmas, e as paróquias são pouco familiares,
porque se encontram abafadas pelo peso da burocracia, ou envelhecidas pelo
funcionalismo. Há pouco calor, pouco acolhimento, pouco acompanhamento”,
sublinhou.
Sobre a atuação da Igreja perante
casos como o das pessoas divorciadas, recasadas ou que vivem em união de facto,
questão que mereceu largo destaque mediático durante o Sínodo, o responsável do
Vaticano frisou que todas estas pessoas podem e devem ser integradas na vida da
comunidade.
“O desafio dos cristãos é estar ao
lado deles, não rotulando, não criticando (…) a Igreja tem de falar para mudar.
Teria sido dramático se Jesus não tivesse falado com a samaritana. Esta é a
atitude do Papa Francisco, estar ao lado, não condenar, procurar o lado
positivo da questão e fazê-lo crescer”, referiu.
D.Vicenzo Paglia lembrou ainda as
muitas famílias que vivem hoje momentos “dramáticos” por causa da guerra, da
pobreza, do desemprego ou da instabilidade social, especialmente as que foram
obrigadas a viver na condição de refugiadas.
“Muitos governos não têm uma
política familiar e isso é gravíssimo”, acusou o arcebispo italiano, recordando
que “a solidez de uma sociedade está na família”.
CR/Ecclesia
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