PAPA PRESTOU HOMENAGEM SILENCIOSA EM AUSCHWITZ, SÍMBOLO DA «CRUELDADE»
Francisco rezou
pelas vítimas dos campos de concentração nazi e saudou sobreviventes
O
Papa Francisco visitou hoje os antigos campos de concentração nazis de Auschwitz
e Bikernau, na Polónia, numa homenagem silenciosa que durou cerca de hora e
meia.
As
únicas palavras foram deixadas em espanhol, por escrito, no livro do Museu de
Auschwitz: “Senhor, tem piedade do teu povo. Senhor, perdão por tanta crueldade”.
Francisco
atravessou sozinho o portão de Auschwitz, com a inscrição “Arbeit macht frei”
(o trabalho liberta) colocada pelos nazis durante a II Guerra Mundial
(1939-1945).
O
Papa optou por sentar-se em silêncio, durante largos minutos, antes de beijar
um dos postes de madeira onde os prisioneiros eram executados.
O
percurso seguiu para junto ao chamado “muro da morte”, no Bloco 11, no qual
Francisco cumprimentou sobreviventes do Holocausto, acompanhado pelo
primeiro-ministro polaco, Beata Szydlo.
Um
dos sobreviventes ofereceu ao Papa uma vela, que a colocou junto ao muro, onde
se inclinou, apoiado numa mão, e deixou como presente pessoal uma lamparina de
bronze.
Francisco
dirigiu-se em seguida, de forma privada, ao ‘bunker da fome’, dentro cela de São
Maximiliano Kolbe – o religioso que ofereceu a sua vida em troca pela de outro
prisioneiro, precisamente 75 anos depois da sua condenação à morte.
O
pontífice argentino rezou durante vários minutos, em silêncio, na escuridão da
cela de São Maximiliano Kolbe.
João
Paulo II e Bento XVI visitaram Auschwitz em 1979 e 2006, respetivamente.
Francisco
optou por sair de Auschwitz, a pé, passando de novo sozinho pelo portão antes
se seguir em carro para Bikernau, campo em que percorreu a pé, com a mão
direita sobre o peito, o monumento internacional às vítimas do campo, 23
lápides comemorativas nas línguas dos que foram assassinados.
O
pontífice voltou a rezar em silêncio e a depositar um candeeiro junto às
lápides, tendo ouvido o Rabino-Chefe da Polónia, Michael Schudrich. proclamar o
salmo 130 em hebraico, o qual foi repetido em polaco pelo padre Stanislaw
Ruszala.
O
sacerdote católico é pároco da localidade natal de uma família católica – em
processo de beatificação – que foi “exterminada” por ter ajudado judeus: Józef
e Wiktoria Ulma e os seus sete filhos.
O
Papa encontrou-se ainda com um grupo ‘justos entre as nações’ – pessoas que
ajudaram judeus a fugir do regime nazi.
O
antigo campo de concentração nazi de Auschwitz tem sido destino de milhares de
jovens católicos que se deslocaram à Polónia para participar na Jornada Mundial
da Juventude (JMJ) 2016, em Cracóvia.
O
campo começou a funcionar em 1940 e terminou em 1945, com a chegada das tropas
soviéticas, estimando-se que tenham morrido 1,3 milhões de pessoas, sobretudo
judeus, ciganos, russos, presos políticos e polacos.
Uma
das salas conserva ainda duas toneladas de cabelos humanos; foi também neste
campo que foram usadas pela primeira vez as câmaras de gás.
(fonte:
IA Com Ecclesia)
Povoação, 20 de Julho de 2016
Povoação, 20 de Julho de 2016
Comentários
Enviar um comentário