26º DOMINGO DO TEMPO COMUM / Ó MINHA ALMA, LOUVA O SENHOR
A
liturgia deste domingo propõe-nos, de novo, a reflexão sobre a nossa relação
com os bens deste mundo… Convida-nos a vê-los, não como algo que nos pertence
de forma exclusiva, mas como dons que Deus colocou nas nossas mãos, para que os
administremos e partilhemos, com gratuidade e amor.
Na
primeira leitura, o profeta Amós denúncia violentamente uma
classe dirigente ociosa, que vive no luxo à custa da exploração dos pobres e
que não se preocupa minimamente com o sofrimento e a miséria dos humildes. O
profeta anuncia que Deus não vai pactuar com esta situação, pois este sistema de
egoísmo e injustiça não tem nada a ver com o projecto que Deus sonhou para os
homens e para o mundo.
A
segunda leitura não apresenta uma relação directa com o tema deste domingo…
Traça o perfil do “homem de Deus”: deve ser alguém que ama os irmãos, que é
paciente, que é brando, que é justo e que transmite fielmente a proposta de
Jesus. Poderíamos, também, acrescentar que é alguém que não vive para si, mas
que vive para partilhar tudo o que é e que tem com os irmãos?
O
Evangelho apresenta-nos, através da parábola do rico e do
pobre Lázaro, uma catequese sobre a posse dos bens… Na perspectiva de Lucas, a
riqueza é sempre um pecado, pois supõe a apropriação, em benefício próprio, de
dons de Deus que se destinam a todos os homens… Por isso, o rico é condenado e
Lázaro recompensado.
D.
José Ornelas, bispo de Setúbal, desafiou os peregrinos a “não viverem apenas
com saudades do passado”, como se Deus fosse uma peça de museu. “Abram-se à
força renovadora do Espírito e deixem-se guiar por Ele, que é mestre para criar
nova vida e nova esperança”.
Povoação, 25 de setembro
de 2016.
Comentários
Enviar um comentário