SER E FAZER CAMINHO
Caminhar
e fazer caminhada é tarefa de cada um de nós. Por mais curtos ou mais longos
que sejam é nossa missão percorrer os caminhos da vida, embora por vezes alguns
deles acabem por não ser socalcados por nós em primeira instância. No entanto
há um caminho no qual deverá estar impresso os nossos passos com marcas
indeléveis de suavidade existencial – o Caminho do Amor. Recordo-me de um livro
que há uns anos atrás tive como manual de estudo, O Caminho da Vida Agraciada.
Este título sempre fez ecoar dentro de mim a certeza que de facto a nossa vida
é um caminho agraciado pelo Amor. Fez-me ver que a vida realmente é uma graça:
o próprio milagre do existir, a criação, os homens, os acontecimentos…
A
mais bela aventura do Amor teve um nome muito concreto – Jesus. Este homem, que
passou por meio de tantos rostos de semelhança sua, deixou atrás de si o suave
odor daquilo que é esta nobre virtude. Fez que de uma vez para sempre o caminho
da vida fosse de veras agraciado.
Cada
vez que caímos neste marchar para o Infinito ficamos mais perto dos que são
como nós. É essa a dimensão do amor. Igualar-nos. Fazer-nos caminhar lado a
lado. Fazer caminho e ser caminho. Nestes trilhos, sempre que nos abrimos ao
outro regressamos com ele, mais fortes, para junto de nós mesmos. O cair
faz-nos juntar ao pó e lembrarmo-nos de onde viemos. Nestas quedas e nestes
encontros com os homens encontramo-nos connosco e com Deus na certeza de só
quem aceita o pó que é, é que chega ao céu.
É
sempre tempo de fazer memória, agradecer e acolher os desafios de novos
caminhos. Façamos da nossa vida um caminho onde vamos lado a lado para o mesmo
destino, sem pressas, sem atropelos.
Nuno
Fidalgo
Povoação,
14 de Novembro de 2016.
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