DIOCESE DE ANGRA ASSINALA 400 ANOS DO MARTÍRIO DO BEATO JOÃO BAPTISTA MACHADO
Presbítero
e mártir, é padroeiro principal da Diocese de Angra
A
diocese de Angra e o Instituto Histórico da ilha Terceira promovem nos dias 25
e 26 de maio o colóquio internacional “Martírio do Beato João Baptista Machado
| 400 anos”, numa iniciativa que reúne vários historiadores e investigadores
das ciências sociais, que decorrerá no Palácio dos Capitães Generais.
Durante
dois dias 10 conferencistas dissertarão sobre a vida, a obra e o contexto
histórico-social do beato da igreja, padroeiro da diocese insular. Entre os
palestrantes estão o bispo de Coimbra, D. Virgílio do Nascimento Antunes, que
proferirá a conferência de abertura no dia 25, às 20h30, sobre o “Martírio e a
Santidade”. O Colóquio prossegue no dia seguinte com a conferência “Os Açores
ao tempo do martírio do BJBM” por Avelino de Freitas de Meneses, atual
secretário regional da Educação e ex reitor da Universidade dos Açores. “A
Família do BJBM” por Jorge Forjaz; “A Companhia de Jesus e os Açores” por José
Guilherme Reis Leite; a “Diocese de Angra e os ventos da Reforma Católica ao
tempo do BJBM” por Fernanda Enes e “A Epopeia da Santidade – o BJBM nas letras
açorianas” por Sérgio Toste são as conferências propostas para a manhã do dia
26 de maio. À tarde, os trabalhos são retomados com a intervenção de João Paulo
Oliveira e Costa, “Angra na rota das Índias”; “As Missões Portuguesas no
Oriente? Evangelização e inculturação” por António Trigueiros; “BJBM: Processo
de Beatificação na Sagrada Congregação dos Ritos” por António de Saldanha e
Albuquerque e “Apesar de tanto sofrimento, Senhor, o mar continua tão azul” por
Adelino Ascenso completam as conferências do último dia do colóquio que encerra
com uma celebração pontifical na Sé.
Paralelamente
a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo exibirá na sala de cinema do Centro
Cultural e de Congressos da cidade património o filme «Silêncio» de Martin
Scorsese.
O
Beato João Batista Machado é o padroeiro da Diocese de Angra, cujo processo de
canonização está em renovação porque foi beatificado há 153 anos, juntamente
com os designados Mártires do Japão.
Reconhecido
pela Igreja Universal, e conhecido a nível mundial, a devoção à sua causa foi
impulsionada na segunda metade do século XX, com um pedido de canonização
entregue em mão a São João Paulo II, quando esteve nos Açores, em 1991 e, desde
então destacam-se várias iniciativas que materializam a devoção a este beato
por parte dos católicos açorianos.
João
Baptista Machado é um dos sete mártires do Japão, juntamente com Ambrósio
Fernandes (Porto), Francisco Pacheco (Ponte de Lima), Diogo de Carvalho
(Coimbra), Miguel de Carvalho (Braga), Vicente de Carvalho e Domingos Jorge que
aguardam a canonização.
João
Baptista Machado nasceu em Angra do Heroísmo entre 1580 e 1582 e foi baptizado
na Sé Catedral.
Aos
17 anos entrou na Companhia de Jesus, em Coimbra, com a intenção de ser
missionário no Oriente, mais concretamente no Japão, onde os padres jesuítas
exerciam intenso apostolado, bem como na Índia, Malaca, Macau e nas terras da
Tailândia e Vietname.
Em
1601, embarcou com outros 15 companheiros para a Índia. Estudou Filosofia em
Goa e Teologia em Macau. Em 1609, entrou no Japão e estudou a língua japonesa
no Colégio Jesuíta de Arima.
Depois
de uma intensa vida missionária, rebentou uma perseguição contra os
missionários e católicos japoneses. O padre João Baptista Machado ficou
disfarçado no Japão para acudir às necessidades espirituais dos cristãos.
Mas,
em Abril de 1617, foi descoberto e preso. A 22 de Maio, Domingo da Santíssima
Trindade, sofreu o martírio. Frei Pedro da Assunção foi seu companheiro de
martírio.
Tinha
então entre 35 a 37 anos de idade, havia 20 anos que entrara na Companhia de
Jesus, 16 anos que saíra de Portugal e oito anos que estava no Japão.
Tão
sincera foi a sua alegria de se saber condenado ao martírio por amor a Jesus
Cristo que o Governador encarregado de transmitir a ordem do Imperador veio a
converter-se também à religião cristã e, mais tarde, também foi mártir da fé.
Dois
nobres japoneses foram destacados para executar a sentença. De um só golpe, foi
cortada a cabeça de Frei Pedro. Chegando, porém, a vez de João Baptista
Machado, o executor de tal modo se perturbou que, ao primeiro golpe, caiu por
terra com o mártir.
Levantaram-se
os dois e novo golpe de catana foi vibrado, mas só ao terceiro golpe é que se
consumou o martírio.
O
padre João Baptista Machado foi beatificado pelo Papa Pio IX, em 07 de Maio de
1867, juntamente com outros 205 mártires.
Fonte:
IA
Povoação,
Sábado, 22 de Abril de 2017.
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