DOMINGO DE RAMOS / MEU DEUS, MEU DEUS, PORQUE ME ABANDONASTES?
A
liturgia deste último Domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus
que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se
servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem
vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de
Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova
que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.
A
primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar
no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição,
o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projectos
de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.
A
segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e
da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao
dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.
O
Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus:
é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os
homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão.
Na
cruz, revela-se o amor de Deus - esse amor que não guarda nada para si, mas que
se faz dom total.
Os acontecimentos
que, nesta semana, vamos celebrar garantem-nos que o caminho do dom da vida não
é um caminho de “perdedores” e fracassados: o caminho do dom da vida conduz ao
sepulcro vazio da manhã de Páscoa, à ressurreição. É um caminho que garante a
vitória e a vida plena.
Povoação,
domingo, 25 de março de 2018.
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