PADRE SILVINO AMARAL 60 ANOS AO SERVIÇO DO POVO DE DEUS
O
Padre Silvino nasceu na Vila da Povoação, no dia 5 de Fevereiro de 1934, sendo
seus pais Júlio de Amaral e Maria de Lourdes Medeiros. Foi baptizado pelo Padre
Ernesto Jacinto Raposo, na igreja paroquial de Nossa Senhora Mãe de Deus, a 8
de Abril de 1934, tendo como padrinhos o Pe. Silvino Raposo, então pároco da
Fajã de Cima, e Maria Angelina Medeiros. Foi crismado na Capela do Seminário de
Angra, a 22 de Maio de 1947, sendo padrinho Francisco Miguel Medeiros.
Foi
Ordenado Sacerdote na Sé Catedral de Angra no dia 15 de Junho de 1958, por D.
Manuel Afonso de Carvalho, tendo celebrado a Missa Nova na igreja Matriz da
Povoação, no dia 29 de Junho de 1958. Concluído o ano de Pós-Seminário
(1958-1959), foi colocado na paróquia de S. Paulo, Ribeira Quente, Ouvidoria de
Povoação, no dia 1 de Agosto de 1959, paróquia onde vive como Pároco Jubilado.
Foi
nesta paróquia que desenvolveu a sua acção pastoral, quer como pastor sempre
atento aos problemas da sua comunidade, sobretudo dos mais desfavorecidos, quer
como grande pedagogo, sabendo ocupar um lugar junto do povo, sempre disponível
para ser, oportuna e inoportunamente, “a voz dos sem voz”.
O
Pe. Silvino apercebeu -se muito cedo das gritantes carências humanas, sociais e
económicas do povo de Deus que lhe tinha sido confiado, juntando à acção
social, a voz da sua personalidade autorizada no sentido de debelar os males de
que enfermava aquela localidade, então pobre e marginalizada.
Ao
seu desvelo pastoral e ao seu grande espírito de serviço, sempre tecido de
gratuidade – igual entre iguais nas alegrias e nas tristezas – se ficou a dever
o restauro da igreja paroquial e, sobretudo, a construção, de raiz, do Centro
Social e Paroquial.
Entre
as suas iniciativas mais relevantes, destacamos a de mentor do Centro Social e
Paroquial, Instituição que, durante anos e numa época em que não existia ainda
ensino nocturno, preparou alunos para fazerem exames do 1º e 2º ciclo. Era a
sua preocupação social a juntar-se ao seu grande pendor de educador que o tem
acompanhado durante toda a sua vida, deixando sempre em todos – professores e
alunos – o traço indelével do seu exemplo.
Um
dos aspectos relevantes na vida do Pe. Silvino é a sua paixão pelo desenvolvimento
sociocultural da população da Ribeira Quente. Ali, ninguém necessitou “sair da
Igreja” para evoluir, pois era (é) a própria Igreja que, através da sua acção,
promove as pessoas. Para o Pe. Silvino, desde muito cedo que o desenvolvimento
foi entendido como o meio mais eficaz para o exercício duma cidadania
consciente e empenhada. Penso não cometer injustiça se afirmar que ninguém na
Ribeira Quente – e mesmo no próprio concelho da Povoação – o ultrapassou no
exercício desta pedagogia. Hoje, talvez pareça fácil afirmá-lo. Vivê-lo ontem,
o ontem do isolamento, dos constrangimentos e dos estigmas, era bastante
difícil. Por isso mesmo, é sempre tempo de reconhecer, louvar e agradecer a
acção lúcida e corajosa deste Homem-Padre.
Antropólogo
cultural, formado na universidade do povo – a Universidade da Vida – conhece
melhor do que ninguém o “modus vivendi do seu povo” e a sua maneira de ser e
estar na vida. O seu amor à liberdade e ao desenvolvimento local, deram-lhe
alguns dissabores na vida. Nem outra coisa seria de esperar, pois para muitos
“grandes do povo” era preferível que o povo permanecesse na ignorância e no
obscurantismo, para que durasse mais tempo o domínio dos fortes sobre os
fracos. Felizmente que as suas convicções foram mais fortes que a amargura das
horas de incompreensão e que as ameaças. Ele tinha um sonho. E esse sonho
comandou-lhe a vida. De tão identificado com o povo, quase não é conhecido pelo
seu nome de Baptismo, mas pelo da terra que serviu dia e noite – “O Padre da
Ribeira Quente”.
OBRIGADO,
PADRE SILVINO PELO TESTEMUNHO DE VIDA QUE QUE DÁS!
Agradecido
Pe.
Octávio de Medeiros
Povoação, quinta-feira, 14
de junho de 2018.
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