NOTA PASTORAL DE INÍCIO DE ANO 2018-19
Comunidade evangelizada em comunhão missionária.
Estamos a iniciar um novo ano pastoral.
Caracteriza-se por um renovado esforço de fortalecer as comunidades cristãs na
sua vivência cristã através da formação, da celebração litúrgica, pela partilha
fraterna, e no caminhar mais decididamente na participação e
corresponsabilidade pela missão da Igreja, estabelecendo diálogo evangélico com
o mundo de hoje.
Continuando o trajecto já feito nos
diversos sectores da vida pastoral da diocese e promovendo-os ainda mais,
integrando o esforço já realizados nos últimos anos nomeadamente no domínio da
pastoral social, família, jovens, vocações e melhorando ainda mais as respostas
de cada comunidade aos diversos sectores da vida pastoral, este ano vamos
repensar as nossas comunidades cristãs a partir dos desafios que nos são
lançados pelo Concilio Ecuménico Vaticano II e pelos documentos posteriores do
Magistério da Igreja.
Somos convidados a aprofundar a
consciência de que a Igreja é Povo de Deus chamado a viver a comunhão eclesial,
a buscar a frescura e esperança na escuta do Evangelho, a assumir a
correspondente participação e corresponsabilidade na vida e missão da Igreja.
Reconhecendo que a verdadeira missão
evangelizadora da Igreja exige comunidades cristãs centradas na Eucaristia,
cujos membros são chamados a promover a comunhão eclesial e participar activa e
conscientemente na vida da paróquia, a formação cristã é fundamental para
capacitar cada cristão da habilitação necessária para a corresponsabilidade que
lhe toca no exercício da missão eclesial que por vontade divina é exigência de
todo o Povo de Deus.
Iremos aplicar todo o esforço na
criação e promoção das escolas de formação cristã. Os Conselhos diocesanos
presbiteral e pastoral propuseram que cada Ouvidoria contasse com tal escola
que fosse o meio privilegiado de formação do Povo de Deus.
Para a sua efectivação exige-se que sob
a coordenação do Ouvidor se crie a referida escola segundo o modelo que já foi
apresentado e que todos os cristãos de cada uma das paróquias, grupos e
movimentos, organismos e instituições se sintam impulsionados e motivados para
a formação cristã segundo as orientações que tem vindo a ser dadas pelo Vigário
Episcopal da Formação e pelo Instituto Católico da Cultura.
Bem fundamentados na reflexão do
Concilio Vaticano II e documentos posteriores do Magistério e com os olhos
postos no mundo de hoje, cuja cultura está em profunda mudança, urge a
necessidade de uma formação cristã adequada aos tempos em que vivemos para
edificar comunidades paroquiais promotoras de serviços e ministérios, fomentar
a participar de todos os cristãos e despertar para a missão que é obrigação de
todos os baptizados.
De modo a concretizar a participação e
a corresponsabilidade de todos na vida e missão da Igreja, cada paróquia irá
prestar maior atenção ao Conselho Económico Paroquial e ao Conselho Pastoral
Paroquial. Promover ainda mais os que já estão em exercício, e em alguma
paróquia onde ainda não existam, devem-se criar segundo as determinações da
Igreja.
Após o I Congresso diocesano de jovens
que foi tão rico na sua experiência e nas suas conclusões e em sintonia com o
sínodo dos Bispos sobre os jovens, teremos de privilegiar a participação dos
jovens nas comunidades cristãs.
Realçando a pastoral juvenil estamos a
fortalecer também a pastoral familiar, a pastoral vocacional, a pastoral universitária,
a pastoral social e a presença da Igreja nas escolas. Todas estas áreas da vida
pastoral se interligam e se implicam num exercício pastoral articulado.
Continuam actuais as palavras de Paulo
VI com as quais nos desafia dizendo que «as circunstâncias de momento
convidam-nos a prestar uma atenção muito especial aos jovens» (EN.72).
Atendendo sobretudo à «sua crescente
presença na sociedade e os problemas que os assediam devem despertar em todos o
cuidado de lhes apresentar, com zelo e inteligência, o ideal evangélico, a fim
de eles o conhecerem e viverem» (Ib. 72).
Mas no pensamento do Papa Paulo VI, os
jovens não são apenas destinatários da evangelização mas são também os
verdadeiros agentes. Por isso, afirma que «é necessário que os jovens, bem formados
na fé e na oração, se tornem cada vez mais os apóstolos da juventude» (Ib. 72).
Na verdade a Igreja põe grandes
esperanças na sua participação na missão evangelizadora junto dos jovens de
hoje.
Estamos numa época que lança profundos
desafios à Igreja mas é igualmente uma hora de muita esperança. A resposta
pastoral só poderá vir de todos os baptizados, cada um segundo a vocação que
lhe é própria, conscientes de que aos leigos pertence, como peculiar, a
evangelização do mundo.
Colocamos o nosso ano pastoral com
todos os seus projectos e acções sob a protecção e bênção de Nossa Senhora Mãe
e Rainha dos Açores para que oriente a Igreja diocesana, em todas as suas
comunidades e cristãos pelas sendas da evangelização do mundo de hoje.
Angra do Heroísmo, 14 de Setembro de
2018
+João Lavrador, Bispo de Angra e Ilhas
dos Açores
Povoação,
sexta-feira, 14 de setembro de 2018.
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