“VIVER É TER SEDE DE MAIS E SÓ DEUS PODE SACIAR ESSA SEDE”, AFIRMOU ESTE DOMINGO O PADRE JOSÉ JÚLIO ROCHA


Prefeito de Estudos do Seminário Episcopal de Angra orientou o retiro anual dos romeiros de São Miguel, no qual participaram cerca de duas centenas de homens.

Toda a vida dos cristãos é regida por uma sede de infinito e de plenitude que só pode ser saciada por Deus, afirmou este domingo o padre José Júlio Rocha na meditação que propôs aos cerca de 200 romeiros que hoje participaram no retiro anual do Movimento, o primeiro grande momento de preparação e enriquecimento espiritual para as romarias quaresmais do ano.

A partir do paralelismo entre o encontro de Jacob com Raquel, relatado no livro do Génesis e de Jesus com a Samaritana, no evangelho de São João o padre José Júlio Rocha, Prefeito de Estudos no Seminário Episcopal de Angra, fez uma meditação, dividida em quatro partes, sobre a sede que temos de Deus, sintetizada no encontro entre estas duas pessoas sedentas.

“Viver é ter sede de mais: de felicidade, de plenitude;  tudo o que fazemos é por sede” afirmou ao sublinhar que “toda a nossa vida é regida por esta sede de infinito e de plenitude” pois “o homem tem, no fundo do coração, uma vontade que o leva a procurar Deus e só Ele nos pode saciar esta sede”.

No resumo que fez ao Igreja Açores, depois do retiro, e a propósito do episódio que narra o encontro junto ao poço de Jacob entre Jesus e a Samaritana, o sacerdote destacou o facto de “ser o próprio Jesus que pede de beber à Samaritana”.

“Jesus também tem sede de nós”, adverte o sacerdote e do diálogo entre os dois- jesus e a Samaritana- resulta claro que apesar das circunstâncias de cada um, tal como com a Samaritana, ninguém é excluído do seu amor.

Durante as reflexões propostas, o doutor em Teologia Moral leu e meditou sobre algumas passagens bíblicas, como o episódio de Zaqueu e as Bodas de Canã para sublinhar a ideia de “um Deus que revela que precisa de nós mas que, ao mesmo tempo, nos dá em abundância” .

O sacerdote deixou, ainda, alguns conselhos aos romeiros para manterem viva essa sede de Deus: “cultivar a bondade e o perdão; optar pelos mais pobres; reaprender a rezar e amar como Jesus amou”.

Durante a tarde, o padre José Júlio Rocha apresentou Pedro como o exemplo do homem que tem sede de Deus.

“Pedro foi um homem de grande fé mas de grande fraqueza também” referiu ao destacar a sua humanidade.

“Pedro é humano, revela uma grande fé mas também tem muitas fraquezas. A sua força, contudo, foi grande no sentido em que teve sempre a capacidade de entregar tudo a Jesus e foi essa capacidade que o fez levantar-se sempre, cada vez que caía”.

O retiro decorreu na Ribeira Grande e destinou-se aos responsáveis dos 53 ranchos que este ano voltarão a sair em romaria, a partir do dia 29 de fevereiro, primeiro sábado da Quaresma. Até quinta feira santa, os vários ranchos percorrerão as estradas de São Miguel a rezar do nascer ao por do sol. As romarias de São Miguel completam 500 anos em 2022.

Fonte: Igreja Açores

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