Reflectir: A loja da Verdade

“Mal pude crer nos olhos quando vi o nome do lugar: A Loja da Verdade.
Ali eles vendiam a Verdade!
A moça do balcão foi delicada:
Que tipo de verdade eu procurava… só parte dela ou a Verdade toda?
Pois claro, a Verdade toda.
Não me dê decepções nem altos pensamentos.
Eu disse que gostava da Verdade muito clara, bem simples, inteira.
Ouvindo isto, ela conduziu-me então para outro lado do balcão onde vendiam,
somente aí, a tal Verdade inteira.
O comerciante olhou-me compassivo e mostrou-me a «etiqueta» com o preço:
«Como assim?», perguntei, determinado a conseguir, custasse o que custasse a Verdade toda.
«É que… se você leva esta Verdade, o preço que por ela vai pagar será não ter mais descanso na vida».
Foi o que disse o homem do balcão e eu triste, afastei-me dessa loja porque pensava eu, tolo, que podia achar a Verdade inteira… a baixo preço.
Não estou pronto ainda para ela; quero descanso e paz, de vez em quando; sinto que preciso ainda de racionalizar, de usar defesas, escondendo-me atrás das muralhas que levantei com crenças imbatíveis…!”

Anthony de Mello, in O Canto do Pássaro

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