ESTES VENTOS NÃO TRAZEM CANÇÕES SEMEADAS…(3)
NON HABEMUS OUVIDOR…!
Tinha
escrito há poucos dias: NON HABEMUS OUVIDOR! Não sabemos se o teremos….Quando o teremos e Quem será ….
Há algumas hipóteses … Mas não há nenhuma certeza!!!
Hoje, após
reunião da Equipa Sacerdotal da Ouvidoria com o Reverendíssimo Vigário
Episcopal de S. Miguel, realizada na Casa Paroquial da Povoação, “continua o
mesmo impasse”. Não temos Ouvidor… Não obstante toda a sua boa vontade e
“diplomacia”, o Vigário Episcopal regressou a Ponta Delgada de “mãos vazias”.
Pessoalmente,
preocupa-me o que possa estar por detrás desta “relutância” em aceitar
desempenhar as funções de Ouvidor. Confesso que me alegra constatar que os
colegas não são como os “abutres” que, mesmo antes da presa morrer, já estão prontos
para a devorar. Ou seja, aparentemente, não revelaram ter fome de poder. Isto em
contraste com o que, não raro, acontece mesmo “dentro da Igreja”. No entanto,
não posso deixar de me interrogar se não haverá outras razões, não manifestas,
para justificar esta “indisponibilidade”: desmotivação?
desencanto? difícil relação com o “poder”?
Gostaria de
esclarecer que não inventei a data de 29 de Setembro para a Provisão de
Ouvidor. A Provisão “existia”. Se a divulguei foi apenas, e só, porque pensei que era
um gesto de delicadeza da minha parte “dizer
que o poder não ficava na rua!”. Isso pensava eu…. Afinal, enganei-me
redondamente. O que, aliás, tem acontecido na minha vida!!! Aprendi bem a
lição. Como bom aluno, que sempre fui, vou procurar nunca mais a esquecer…O que,
confesso, nem sempre me é fácil!!!
Não sei as
razões “não manifestas” deste “impasse”. Isto, porém, não me impede de
manifestar a minha opinião. Preocupo-me com o que possa estar por detrás desta “não-aceitação”. Preocupam-me as
consequências que possam vir a repercutir-se nos 98 anos de História da nossa
Ouvidoria. Talvez a única que teve sempre como Ouvidores sacerdotes da Povoação.
Fico triste porque estes ventos não trazem canções semeadas…
Água Retorta, 25 de Outubro de 2014
Pe. Octávio de Medeiros
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