COMUNICADO FINAL DO CONSELHO PRESBITERAL DE 2015 - 40ª SESSÃO PLENÁRIA DA DIOCESE DE ANGRA

A 40ª sessão plenária do Conselho Presbiteral da Diocese de Angra decorreu entre os dias 20 e 25 do mês de Abril de 2015, pela primeira vez em S. Miguel, no renovado Centro Pastoral Pio XII, em Ponta Delgada, subordinada ao tema: «Avaliação das respostas pastorais da Diocese à realidade açoriana».

O instrumento de trabalho centrou-se nas seguintes questões, em parte sugeridas no documento preparatório da Visita ad Sacra Limina Apostolorum: I. Avaliação Geral sobre a situação da Diocese; II. Orientações principais do trabalho pastoral efectuado durante os últimos 5 anos; III. Que respostas estamos a dar perante um novo quadro no pensamento, família, cultura e sociedade nos Açores; IV. Em relação ao futuro, que desafios, objetivos pastorais a definir, meios mais adequados para alcançá-los e propostas de programação pastoral para 2015/16.

Esta Assembleia reuniu 11 membros em função do cargo, 16 membros eleitos e 4 membros convidados.

1.     No início dos trabalhos, o Vigário Geral proferiu as palavras de saudação e deu as orientações para a organização do plenário, em substituição do Bispo Diocesano, que, condicionado por razões de saúde, não esteve sempre presente. O plenário aprovou um voto unânime de reconhecimento aos Sacerdotes do Coração de Jesus, tendo em conta a disponibilização do seu Centro Missionário para os trabalhos pastorais, na inexistência de um espaço próprio da Diocese, em S. Miguel.

2.     O conselho congratulou-se com o restauro e ampliação do renovado Centro Pasto-ral Pio XII, em Ponta Delgada, e participou com entusiasmo a sua inauguração no dia 22 de Abril de 2015.

3.     No período antes da ordem do dia, o plenário aprovou o parecer favorável à criação do Curato da Lomba do Botão, Igreja de Nossa Senhora de Fátima, Ouvidoria da Povoação. A Dra. Carmo Rodeia apresentou o recente trabalho realizado no âmbito da comunicação social diocesana e da sua influência nos outros meios escritos, e da necessidade de fazer mais nos meios de comunicação da rádio e televisão. O Vigário Geral promoveu a verificação da aplicação das medidas da sessão de 2014, de que se realça o carácter positivo da concretização de grande parte das propostas. O Ecónomo Diocesano prestou contas da Diocese relativas ao ano de 2014, realçando os empreendimentos realizados na Casa Betânia, no Centro Pastoral Pio XII, em S. Miguel, e os planos em curso e futuros. Insistiu na necessidade de cumprimento das obrigações económicas respeitantes a todos.

4.     Dando cumprimento às orientações pastorais, o Conselho prosseguiu o trabalho de identificação das periferias, com a especial colaboração da socióloga Piedade Lalanda que apresentou o estudo «Identificação e caracterização das periferias existenciais nos Açores», desafiando a Igreja a contribuir para a desconstrução das diferentes periferias, indo ao encontro das pessoas, acolhendo-as e integrando-as. A Igreja Diocesana, preocupada com o problema das migrações, convidou a Dr.ª Eugénia Quaresma, diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações, que apresentou o estudo «Igreja, sem fronteiras, Mãe de todos». Pediu que a Igreja sensibilizasse os políticos a concretizar este desafio de construir uma só família humana.

5.     A avaliação que as ouvidorias e os serviços diocesanos fazem da realidade da Igreja nos Açores acentua os aspectos negativos, mas os conselheiros sentiram a necessidade de se aprofundar melhor a realidade para poder corresponder de forma mais adequada. Apontam-se para fragilidades ao nível da vitalidade espiritual e religiosa, do empenhamento e formação dos leigos e do clero. Realça-se uma vitalidade sacramental sazonal, com abandono progressivo da vida comunitária paroquial; uma forte religiosidade popular que necessita de análise mais aprofundada, discernimento e maior acompanhamento pastoral; uma necessidade de que a Igreja atualize a sua linguagem aos tempos hodiernos, numa atitude mais evangelizadora, denunciando mais corajosa e claramente os atropelos à dignidade da pessoa humana; uma necessidade de sair de uma pastoral de manutenção e de ter uma presença mais missionária na sociedade; a vitalidade dos movimentos e obras de apostolado; os progressos da pastoral social, de que se destacam os centros sociais paroquiais, a Cáritas e as Conferências Vicentinas. O conselho insiste num efetivo acompanhamento dos presbíteros e a vantagem de estabilização das nomeações dos párocos. O conselho descreveu breve e claramente a presente situação social: pobreza generalizada, carências básicas, desemprego, famílias desestruturadas, envelhecimento da população, desmotivação social e política, que conduz a défices de cidadania.

6.     A planificação pastoral foi considerada positiva, apesar das dificuldades de concretização e dos meios ao dispor. Propõe-se a necessidade da planificação trienal.

7.     Perante um novo quadro de pensamento, família, cultura e sociedade, o Conselho reafirma que a Igreja não tem correspondido a todos os desafios, do modo mais eficaz. Os Serviços apresentam dificuldades de coordenação e aplicação de projetos. Num quadro de dificuldades, a Ouvidoria tem sido a melhor estrutura a promover iniciativas e a congregar o clero.

8.     Perante um vasto panorama de propostas de ação pastoral para o futuro, os conselheiros privilegiaram as seguintes: preparação, celebração e vivência do Jubileu da Misericórdia e a sua concretização na família, a coordenação e incrementação da ação social e o encontro com as periferias, valorizando as Obras de Misericórdia e o sacramento da Reconciliação. Os conselheiros sublinham as iniciativas a decorrer na Diocese no âmbito da celebração do Ano da Vida Consagrada.

9.     Os conselheiros propõem a revitalização do Instituto de Cultura Católica, articulado com o Seminário de Angra, e alterando a sua designação para Instituto Católico de Cultura.

10.    Finalmente, os conselheiros são favoráveis à convocação da celebração de um Sínodo Diocesano quando for oportuno.

11.    Em comunhão com todos os que sofrem, renovamos a nossa opção preferencial pelos pobres, com particular ênfase para as famílias açorianas que, neste momento de crise, passam por inúmeros problemas, desde o desemprego ao agravamento das condições materiais até à desestruturação da própria família.

Ponta Delgada, 23 de Abril de 2015

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