IGREJA ASSINALA DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

Mensagem do Papa centra atenções no papel das famílias

A Igreja Católica vai celebrar este domingo o 49.º Dia Mundial das Comunicações Sociais com uma atenção particular aos desafios que o desenvolvimento dos media coloca à vida das famílias.

Em entrevista, o diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNSC) explica os desafios lançados pelo Papa Francisco para a celebração de 2015, uma data em destaque na mais recente edição do Semanário ECCLESIA.

“O Papa quer que a família esteja no centro da sua mensagem para a comunicação social como escola, lugar e modelo de comunicação dizendo concretamente que na família sentimos mais vivamente, que noutro ambiente qualquer, que a comunicação tem de ser incarnada, onde o corpo esteja presente”, comenta o cónego João Aguiar Campos.

O responsável assinalou que depois de mensagens centradas nas potencialidades, no meio ou numa visão instrumental das tecnologias e do digital, este ano Francisco escreve que a comunicação para lá dos instrumentos tem de ser uma “mensagem corpórea, de toque, de abraço, uma mensagem de ternura”.

Neste contexto, o diretor do SNCS considera que o Papa apresenta a família como “comunidade comunicadora”, a ‘primeira escola’ onde as diferentes gerações aprendem o “essencial da comunicação”.

“Uma escola onde cada um pode ser ele mesmo e dizer-se aos outros tal como é e aceitar ou ser chamado a aceitar os outros tal como eles são. Parece que em nenhum outro espaço há esta generosidade tão afirmada”, desenvolveu o padre João Aguiar Campos.

Para o 49.º Dia Mundial das Comunicações Sociais (DMCS), o Papa apresentou a mensagem intitulada ‘Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor’, na qual coloca o “desafio” de “aprender de novo a narrar”.

“É aprender a dizer-se, aprender a revelar-se, a contar e a contar-se. Narrarmo-nos também pelo silêncio, pela atenção, pela escuta”, decifra o entrevistado para quem no documento ultrapassam-se estereótipos sobre a família e a dificuldade de encontrar o ambiente e a forma de cada um se dizer.

O também presidente da Assembleia Geral da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã observa que se nega a “existência” a quem não se ouve, o que também é um “grande desafio que o Papa coloca”.

No contexto do DMCS 2015, o cónego João Aguiar Campos comenta os efeitos negativos e positivos dos media na família que através da rádio, televisão e jornais proporcionam “desafios e problemas”, mas também “enormes potencialidades de abertura ao mundo, à cultura e a perspetivas de vida”.

“O que me custa é que qualquer meio de comunicação entre em casa e seja o única que pode falar à vontade e os outros são mandados calar porque alguém quer ouvir falar aquele”, desenvolveu.

Sobre a presença da Igreja nos media em Portugal, o cónego João Campos Aguiar considera que se deve continuar a fazer por meios próprios, onde “é mais fácil passar a integridade”, mas também marcar presença nos “meios neutros”, com uma tiragem “que os meios próprios da Igreja não chegam a alcançar”.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais, única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes (17 de maio, em 2015).

Os donativos recolhidos nas celebrações dominicais revertem para os projetos do secretariado nacional e dos secretariados diocesanos do setor.

CR/Ecclesia

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