JOÃO PAULO II E AS SUAS VOLTAS AO MUNDO
O Pontificado do
papa polaco ficou marcado por várias voltas ao mundo e por recordes variados
Os
26 anos e meio de pontificado de João Paulo II, entre 1978 e 2005, estão
marcados pelos números mais surpreendentes e muitas “primeiras vezes”
históricas.
Além
de ter sido o primeiro Papa polaco, o novo santo foi o primeiro oriundo de um
país comunista, numa altura em que ainda existia a “cortina de ferro” na Europa
e foi o único a ter sido atingido a tiro na rua.
No
Natal, costumava oferecer aos amigos, a cardeais e a todos os trabalhadores no
Vaticano uma garrafa de vinho e um pão doce de limão com passas.
Ia
confessar todas as Sextas-feiras Santas na basílica de São Pedro, batizava na
sua capela privada os filhos dos seus amigos ou dos seus mais modestos
colaboradores e casou um serralheiro com uma mecanógrafa.
João
Paulo II realizou três exorcismos durante o pontificado, sendo o mais conhecido
o realizado a uma jovem, em 1982, que se mostrou muito agitada durante a
audiência geral.
No
dia 13 de abril de 1986, o Papa polaco realizou um gesto histórico ao visitar a
sinagoga de Roma, e foi o primeiro Papa a ter rezado numa Mesquita, na Síria.
Pediu
perdão pelas faltas humanas cometidas pela Igreja Católica numa intervenção a
12 de março de 2000, ano do Jubileu.
O
Papa Wojtyla recebeu no Vaticano uma delegação oficial da Igreja Ortodoxa da
Grécia, a primeira desde o cisma de 1054.
Em
agosto de 2002, celebrou uma Missa em Cracóvia que reuniu 2 milhões de fiéis,
considerada a maior de sempre.
João
Paulo II proclamou 1338 beatos e canonizou 482 santos, mais do que em todos os
pontificados desde a criação da Congregação dos Ritos (hoje Congregação para as
Causas dos Santos), em 1588.
Teve
o terceiro maior pontificado da história, durante o qual realizou 104 viagens
apostólicas fora da Itália, a que se juntam 146 nesse país: visitou 129 países
diferentes e mais de mil cidades, num total de quase 1300 quilómetros
percorridos, suficientes para mais de três viagens entre a terra e a lua e 29
voltas à terra.
Nestas
viagens pronunciou 3288 discursos e esteve fora do Vaticano um total de dias
correspondentes a dois anos e três meses.
Escreveu
14 encíclicas, 15 exortações apostólicas, 11 constituições apostólicas, 46
cartas apostólicas.
Entre
os recordes, está ainda o número de pessoas com que se encontrou- 17,5 milhões
de pessoas em 1164 audiências semanais; mais de mil chefes de Estado e de
Governo passaram pelo Vaticano.
João
Paulo II passou por Portugal em 1982, 1991 e 2000 – além de uma escala técnica
no Aeroporto de Lisboa (2 de março de 1983), a caminho da América Central.
O
Papa foi considerado pelo então cardeal Ratzinger como uma “testemunha
incansável do amor de Deus”.
Para
o Cardeal Ratzinger, é a frase bíblica “permanecei no meu amor”, proferida por
Jesus Cristo (Jo 15, 9) a que melhor define a vida de João Paulo II: “soube
procurar o encontro com todos, teve uma capacidade perdão e de abertura de
coração a todos”.
O
Decano do Colégio Cardinalício lembrou que o Papa foi “aos confins do mundo”,
de forma “incansável”.
“O
Santo Padre foi sacerdote até ao fim, porque ofereceu a sua vida a Deus pelas
suas ovelhas e por toda a família humana, numa doação quotidiana ao serviço da
Igreja e, sobretudo, nas difíceis provas dos últimos meses”, apontou.
“O
nosso Papa – sabemo-lo todos – nunca quis salvar a própria vida, guardá-la para
si, mas quis dar-se ele mesmo, sem reservas, até ao último momento”,
acrescentou.
Fonte:
IA
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