GRANDE MANIFESTAÇÃO DE FÉ E ALEGRIA NAS COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA OUVIDORIA DA POVOAÇÃO


Foi no passado dia 24 de Abril de 2016, Domingo, que a Ouvidoria da Povoação Comemorou os 100 anos da sua existência, tendo sido criada a 24 de Abril de 1916 por D. Manuel Damasceno da Costa com o fim de poder, com maior facilidade e eficácia, exercer a sua missão pastoral na vasta ilha de São Miguel. Constituída por seis paróquias e um curato – Ribeira Quente, Furnas, Nossa Senhora Mãe de Deus, Nossa Senhora dos Remédios (Lomba do Loução), Faial da Terra e Água Retorta - teve como primeiro responsável o Pe. Ernesto Jacinto Raposo, nascido na Lomba do Pomar. Depois dele vieram mais cinco ouvidores, Monsenhor João Maurício de Amaral Ferreira, Padre José Fernandes de Medeiros, Padre Silvino Amaral, o Padre Doutor Octávio Henrique Ribeiro de Medeiros e Pe. Ricardo Manuel de Melo Pimentel, dos quais apenas o que está em funções não é natural da Povoação.

É Domingo e é dia de festa, 07h00, salva de 21 tiros de foguete, é dia de celebrar o centenário da nossa Ouvidoria. Os paroquianos estão empolgados com esta manifestação de fé que junta os Padroeiros de todas as nossas Paróquias, São Paulo (R. Quente), Sant’Ana (Furnas), Nossa Senhora da Penha de França (A. Retorta), Nossa Senhora da Graça (Faial da Terra), Nossa Senhora dos Remédios (Lomba do Loução) e Nossa Senhora Mãe de Deus (Vila da Povoação).

O tempo dava indicações de não querer colaborar, encontrando-se a manhã com um manto branco de nuvens a tapar o céu que se desejava azul e brilhante, mas a chuva não compareceu, contribuindo deste modo para que bem cedo os paroquianos transformassem a sua alegria e entusiasmo naquela azáfama dos últimos trabalhos de preparação para o grande dia de festa. Em todas as 6 Paróquias na nossa Ouvidoria se fez festa com os preparativos para aquele momento marcante da chegada de cada Padroeiro à Vila da Povoação.

E eis que perto das 15h00, hora marcada para a chegada dos Padroeiros à Vila, a ansiedade é enorme. Nesta, já se encontrava uma multidão que se encaminhava radiante para a beira-mar, Porto da Vila da Povoação, a fim de testemunhar o momento da chegada de São Paulo, transportado de barco pelos pescadores da sua Paróquia e acompanhado por uma frota de embarcações carregadas de paroquianos ribeiraquentenses. A Banda de Música local durante todo o percurso tocou para o seu Santo Padroeiro. Os foguetes anunciam a chegada de São Paulo. Uma multidão entusiasta circunda as zonas limítrofes em frente à Porta do Povoamento e pontão. Assiste-se a uma enorme salva de palmas e vivas a São Paulo num momento verdadeiramente comovente. É de realçar que São Paulo já havia desembarcado no antigo porto da Vila da Povoação no ano de 1956 aquando das comemorações do centenário da Igreja Matriz de Nossa Senhora Mãe de Deus. O Santo que foi acompanhado na sua viagem marítima pelo antigo a atual Ouvidor, Padre Silvino Amaral e Ricardo Pimentel respetivamente, é retirado da embarcação sob uma enorme ovação popular. A Banda da R. Quente toca o hino ao Santo Padroeiro e segue a procissão de encontro à Igreja Matriz.

Entretanto, a Padroeira de Furnas tinha chegado num carro esmeradamente decorado para a ocasião e aguardava na Estrada Regional à entrada da Vila o seu Pároco Ricardo Pimentel, que entretanto fora acompanhar São Paulo. Poucos minutos depois saiu em procissão Sant’Ana parando por breves minutos no Largo do Município onde a Banda Harmónica Furnense a aguardava para tocar o seu hino, seguindo-se a procissão de encontro à Igreja Matriz.

As chegadas de Nossa Senhora da Graça do Faial da Terra e Nossa Senhora dos Remédios da Lomba do Loução aconteceram pelo lado norte da Vila, Avenida Padre João de Medeiros, e, foi, qualquer coisa de impressionante, com uma enorme fila de carros atrás das suas Padroeiras com os piscas de emergência ligados, a buzinar, cada qual a dar vivas à sua querida Padroeira.

Na Avenida Padre João de Medeiros a azáfama era grande, Nossa Senhora da Penha de França de Água Retorta pernoitara na casa de um filho da terra com residência ali, o Eng.º Silvério Machado, onde fora o seu andor enfeitado na tarde de Sábado. Foi a primeira Padroeira a sair em procissão da Avenida com a Sociedade Musical Nª Sr.ª da Penha de França a tocar o seu hino aquando da sua saída da garagem do Eng.º Silvério. Formou-se a procissão com os paroquianos aguaretortenses a cantar ao tom da sua Banda Filarmónica Avê Maria, num bonito e sentido momento, e, ao passar pelas outras Padroeiras que já se encontravam Avenida abaixo fez-se escutar uma enorme salva de palmas pelos paroquianos presentes.

Nossa Senhora da Graça posiciona-se com os seus paroquianos na Avenida. A Banda Sociedade Filarmónica Sagrado Coração de Jesus toca o seu hino e segue em procissão para a Igreja Matriz onde uma multidão aguarda alegre e fervorosamente ao momento de cada chegada. Toda a área circundante à Igreja está repleta de povo. Cada chegada é um momento único e diferente. A multidão recebe os Padroeiros com enormes ovações de palmas nas imediações da Igreja Matriz.

Por último Nossa Senhora dos Remédios
acompanhada pela Banda Sociedade Filarmónica Marcial Troféu porque a Banda União e Amizade encontra-se inativa. É tocado o seu hino, segue em procissão. Ao aproximar-se da Igreja Matriz mais uma enorme ovação de palmas. Nota-se algumas lágrimas de emoção, aliás, coisa que aconteceu em todas as chegadas em vários rostos povoacenses, afinal, este era um acontecimento único e que muitos não o voltarão a viver. Um momento vivido individualmente de forma e maneiras diferentes. Um momento que despertou um misto de emoções aos paroquianos presentes nesta grande festa do CENTENÁRIO da nossa Ouvidoria.



A Celebração Eucarística iniciou com meia hora de atraso, sendo a Igreja Matriz pequena para tamanha multidão. Fora maior o número de paroquianos que tiveram que ficar no exterior do templo sagrado.

Iniciou-se a Celebração Eucarística com a presença de antigos Ouvidores, Padre Silvino Amaral, Padre José Fernandes de Medeiros, Pe. Octávio Henrique Ribeiro de Medeiros. A Eucaristia foi presidida pelo Vigário Geral da Diocese de Angra Padre Hélder Manuel Fonseca Melo e por dois antigos Ouvidores, Padres Silvino e José Fernandes. Para além dos Párocos da Ouvidoria (Pe. Ouvidor Ricardo Pimentel, Pe. João Ponte, Pe. André de Resendes, Pe. Octávio Medeiros) concelebraram esta Eucaristia de festa Monsenhor Weber Pereira, Pe. João Luciano Couto Rodrigues e Pe. Agostinho Sousa Lima. O Coro da Ouvidoria abrilhantou a celebração Eucarística e foi orientado pela maestrina Andreia Amaral do Faial da Terra, maestro José Edgar Almeida da Lomba do Loução e Leonel Vieira das Furnas. Foi sem dúvida uma missa cantada magnífica, com interpretações lindas e com vozes encantadoras que deliciaram os paroquianos que encheram o templo de Nossa Senhora Mãe de Deus.

Terminada a Celebração Eucarística saiu a procissão com todos os Padroeiros da nossa Ouvidoria, incorporando-se os impérios do Espírito Santo, os Romeiros, Escuteiros, instituições sócio culturais e recreativas, Juntas de Freguesia, representante do Governo Regional dos Açores, Presidente, Vereadores e Assembleia da Câmara Municipal da Povoação. A procissão foi muito bonita e extensa, acabando por comparecer um orvalho penugento por breves instantes aquando do solene cortejo.

A bonita procissão com todos os Santos Padroeiros juntos, cinco Padroeiras e um Padroeiro, foi muito sentimental, via-se os paroquianos em oração, cada um em sintonia com Deus Pai e os seus Padroeiros, respeito, fazia-se silêncio e só se ouvia a sonoridade das filarmónicas.




Outro grande momento foi o da recolha da procissão, com as cinco Padroeiras e Padroeiro a perfilarem-se no Adro da Matriz, todos juntos, lado a lado. As Bandas filarmónicas tocaram os respetivos hinos. Muitos foram os cliques a reportar este momento singular para a posteridade.

Seguiu-se a despedida com cada paroquiano a acompanhar o seu Padroeiro de regresso a casa, sendo novamente o embarque de São Paulo aquele momento que despertou grande interesse por parte dos paroquianos, que agora em menor número se deslocaram à beira-mar para assistir ao regresso por mar do Padroeiro da Ribeira Quente. Com a sua frota de barcos todos iluminados a acompanhar São Paulo (já se fazia noite) faziam transparecer para quem estava em terra uma grande estrada luminosa sobre o mar.

Terminou já noite esta comemoração centenária onde a fé e devoção do nosso povo foi bem evidente. A Ouvidoria e os seus paroquianos reuniram-se e uniram-se com Deus num momento único e que jamais será esquecido por quem viveu e conviveu de bem perto este momento.


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