2.º ECONTRO - ECOLOGIA INTEGRAL E INTEGRADORA


Segundo ECOntro
Ecologia integral e integradora
Iniciativa da Pastoral da Cultura dos Açores

O Serviço Diocesano da Pastoral da Cultura dos Açores promove o segundo ECOntro no âmbito da caminhada sinodal diocesana que, no momento presente, escuta a voz da actualidade. Tal como o primeiro, sobre a ECOnomia, o segundo evento debruçar-se-á sobre a “casa” (do grego “oíkos”, donde provém o prefixo “eco”), comum a uma família, a uma comunidade ou a toda a humanidade. Para que haja uma harmoniosa convivência, é preciso “conhecer” essa “casa” (ecologia), para depois saber “geri-la” (economia). Este ECOntro ocupa-se das problemáticas da ecologia integral, tanto espiritual e física, como social e ambiental, na lógica de que só o auto-conhecimento (ecologia interior), que leva a uma correcta gestão do próprio ser (economia interior), potenciará o conhecimento verdadeiro e a gestão justa e solidária da cultura e do cosmo.

O colóquio debruçar-se-á sobre as várias dimensões de uma ecologia integral e integradora. Consistirá numa partilha de cinco pequenas reflexões, seguidas de um diálogo aberto a todos os participantes. Ocorrerá no dia 7 de Fevereiro, das 20:00 às 22:00 horas, no Centro Pastoral Pio XII, em Ponta Delgada.

Moderado pelo Padre Ricardo Tavares, director do Serviço Diocesano da Pastoral da Cultura nos Açores, que introduzirá a encíclica do Papa Francisco sobre a ecologia, Laudato Si’ (2015), terá intervenções de Avelino Meneses, antigo reitor e professor catedrático na Universidade dos Açores, e Secretário Regional da Educação e Cultura (Diálogo Inter-religioso); António Soares, professor auxiliar na Universidade dos Açores (Ecologia Ambiental); Leonor Sampaio da Silva, professora auxiliar na Universidade dos Açores (Arte e Cultura); Amélia Lopes, professora de Português no Ensino Básico (Espiritualidade); e Fernando Melo, professor de Educação Física no Ensino Secundário (Desporto).

A entrada é gratuita e não sujeita a inscrição prévia.

Uma ecologia holística

Na linha dos seus antecessores — João Paulo II e Bento XVI —, o Papa Francisco, na Laudato Si’, relega para o íntimo humano a raíz única dos problemas sócio-económicos e ambientais: a falta de uma ecologia interior. “Hoje, não podemos deixar de reconhecer que uma verdadeira abordagem ecológica torna-se sempre uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres” (45). “Estas situações provocam os gemidos da irmã terra, que se unem aos gemidos dos abandonados do mundo, com um lamento que reclama de nós outro rumo” (53).

Neste sentido, o Papa afirma ser necessário “recorrer também às diversas riquezas culturais dos povos, à arte e à poesia, à vida interior e à espiritualidade. Se quisermos, de verdade, construir uma ecologia que nos permita reparar tudo o que temos destruído, então nenhum ramo das ciências e nenhuma forma de sabedoria pode ser descurada, nem sequer a sabedoria religiosa com a sua linguagem própria” (63). “A verdadeira sabedoria, fruto da reflexão, do diálogo e do encontro generoso entre as pessoas, não se adquire com uma mera acumulação de dados, que, numa espécie de poluição mental, acabam por saturar e confundir” (47).

É, portanto, indispensável “a riqueza que as religiões possam oferecer para uma ecologia integral e o pleno desenvolvimento do género humano” (62). “A maior parte dos habitantes do planeta declara-se crente, e isto deveria levar as religiões a estabelecerem diálogo entre si, visando o cuidado da natureza, a defesa dos pobres, a construção duma trama de respeito e de fraternidade” (201).

Uma espiritualidade ecológica não implica o desprezo pelo “corpo, a matéria e as realidades deste mundo” (98). “É preciso reconhecer que o nosso corpo nos põe em relação directa com o meio ambiente e com os outros seres vivos. A aceitação do próprio corpo como dom de Deus é necessária para acolher e aceitar o mundo inteiro como dom do Pai e casa comum; pelo contrário, uma lógica de domínio sobre o próprio corpo transforma-se numa lógica, por vezes subtil, de domínio sobre a criação. Aprender a aceitar o próprio corpo, a cuidar dele e a respeitar os seus significados é essencial para uma verdadeira ecologia humana” (155).

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