Um grupo de senhoras da Rua da Alegria, em Ponta Delgada, considera “heroína” a VIZINHA LUZIA. [Luzia Resendes Aguiar] recentemente falecida. Foram décadas, em que o espírito de vizinhança que ela cultivava como ninguém, com a autenticidade, serenidade e a simplicidade que transmitia como o ar que se respira. Era uma entre muitas outras, nunca escreveu livros, não exerceu cargos de relevância pública, era ELA, cidadã anónima, mas era a nossa HEROÍNA. Aos dez anos vem para a cidade, da sua Água Retorta a que sempre voltava. Vem “servir”, como nos anos trinta do século passado se designavam as hoje chamadas empregadas domésticas. Para a família onde é acolhida, é tratada como mais uma da família. Aí conhece o seu Francisco, também “emigrante” aos catorze anos da Bretanha. Casam nos anos 40, têm filhos, netos e bisnetos. Francisco morre, muito jovem, ele com 39 e a nossa Heroína com apenas 34 e com 4 filhos pequenos. Trabalha no duro com a ajuda da sua mãe a Tia Vicência (que a