O homem é um ser estranho. Sentimo-nos como eternos exilados, como devorados por saudades infinitas de Alguém que nunca vimos. Estranhas saudades! Essas saudades, creio eu, só as tem quem é humilde. Ora Maria foi fundamentalmente humildade. A nossa vida é uma peregrinação na fé e como todos nós (estes seres estranhos), Maria foi descobrindo o mistério de Deus com a atitude típica dos pobres de Deus: abandono, busca humilde, disponibilidade confiante. Como nós a Mãe também teve que peregrinar entre ruas vazias e vales escuros, buscando pouco a pouco o Rosto e a vontade do Pai. Para mim uma das passagens mais preciosas da Escritura é esta: “eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). Vemos aqui aquela pobre moça, como adulta na fé, cheia de paz, humildade e doçura, confiar-se e entregar-se “Faça-se!”, está bem meu Pai. Maria dá o sim da sua vida sem outro motivo senão a sua fé e o seu amor. O sim eterno… Como nos diz Schelkle, Maria é o protó